Para o infantário pela primeira vez: Ideias para preparar a criança da melhor forma

 

    SAÚDE INFÂNCIA

    Para o infantário pela primeira vez
    Ideias para preparar a criança da melhor forma

    O primeiro dia de “escola” é, para a criança, um momento muito especial na sua vida. E este primeiro ano de infantário transformá-la-á por completo... Para que essa experiência seja vivida como algo de positivo, há que prepará-la da melhor forma.

    Com a entrada no infantário, creche ou jardim-escola – como lhe queiramos chamar –, tudo muda no universo da criança: o ambiente familiar, no qual o pequeno constituía o centro das atenções, vê-se transformado numa situação inteiramente nova, em que a criança será apenas mais uma entre muitas. Mas é algo de inevitável, devido às imposições da vida moderna – em que ambos os progenitores e os avós trabalham –, bem como à necessidade que a criança tem de ir ultrapassando as sucessivas fases do seu desenvolvimento.

    QUAL É A MELHOR IDADE?

    Os especialistas não estão inteiramente de acordo quanto à idade ideal para a criança entrar no infantário, embora a maioria concorde que, aos 3 anos de idade, o pequeno já estará em condições de fazer face a muitas das novas situações que vão surgir diante dele. Antes dessa idade, alguns especialistas sustentam que o bebé está menos preparado, porque não é capaz de distinguir entre o abandono temporário e o definitivo e está muito mais apegado à sua mãe.
    Por outro lado, é aos 3 anos de idade que a criança necessita que lhe comecem a transmitir determinadas normas de convivência: o sentido da ordem, habituar-se a que lhe digam “não”, que a mandem calar, aprender a fazer fila, etc. No infantário, ensiná-la-ão a vestir-se sozinha, a relacionar-se com as outras crianças, a ampliar o seu vocabulário, a respeitar as regras, a desenvolver a sua capacidade de concentração através dos jogos, etc. O objetivo é complementar a tarefa familiar, nunca substituí-la. De resto, está demonstrado que as crianças que vão mais cedo para a creche aprendem mais depressa a vestir-se e a despir-se sozinhas e tornam-se mais autónomas e disciplinadas. Normalmente, isto é mais difícil em casa, porque os pais pensam sempre que o seu filho é ainda muito pequenino e, seguramente, mais incapaz de se iniciar em novas atividades.

    COMO PREPARAR A IDA PARA A ESCOLA?

    Eis algumas sugestões que permitirão uma entrada e um primeiro ano mais suaves no infantário:

    • Antes de levar a criança pela primeira vez para o infantário ou para o jardim-escola, deixe-a com outras pessoas, várias vezes. Se possível, deixe-a dormir noutra casa, de um dia para o outro. Fomente encontros com outras crianças, como primos ou filhos de amigos íntimos, por exemplo.
    • Umas semanas antes, procure habituar o seu filho ao mesmo horário que terá na escola.
    • Tente que a sua adaptação seja progressiva. É aconselhável não o deixar 8 horas na escola, logo nos primeiros dias.
    • Antes, mostre-lhe a escola, por dentro e por fora. É bom que ele saiba para onde vai e não seja apanhado de surpresa na sua primeira experiência.
    • É importante falar, na presença da criança, com a pessoa que vai cuidar dela. O seu filho deve perceber que a educadora e a sua mamã são amigas e que ela é de confiança.
    • Explique-lhe, em casa, as atividades que desenvolverá na escola, incidindo naqueles aspetos que sabe que lhe agradam mais. Crie-lhe boas expetativas, mas sem enganar a criança.
    • Enumere-lhe todas as vantagens que há em ter muitos amiguinhos.
    • Conte-lhe uma história fantástica em que o protagonista vai à escola e lhe acontecem coisas extraordinárias.

    CHEGOU O GRANDE DIA!

    Para a criança, o aspeto mais difícil da entrada na escola é o deixar de ser o centro das atenções. O problema, mais do que separar-se da mamã, é perder o protagonismo. Algumas crianças exteriorizam os seus sentimentos, utilizando a agressividade para descarregar as tensões. Outras fecham-se sobre si mesmas e afastam-se das outras crianças. É importante, pois, que os pais estejam atentos, nomeadamente nos primeiros dias. Aqui ficam mais algumas sugestões:

    • Há que estar bem atentos a todas as reações da criança, sobretudo nos primeiros dias de infantário, mas também ao longo de todo o primeiro ano e nos seguintes.
    • Valorize o momento do pequeno-almoço. Evite pressas, que podem provocar stress e ofereça-lhe a tranquilidade da sua companhia.
    • Nos primeiros dias, tente ir levá-la e buscá-la pessoalmente.
    • Informe-se bem sobre o que a criança come, para compensar alguma falta.
    • Tente realizar em casa, com tranquilidade, as mesmas atividades do infantário: canções, desenhos, jogos... Se lhe estão ensinando a lavar as mãos, pratique com ele em casa.
    • Quando a for buscar à escola, pergunte-lhe o que fez durante o dia. Para a criança, é muito importante sentir-se valorizada.
    • Não se assuste com as doenças. Servem para reforçar o seu sistema imunológico. Todas as crianças têm de passar por elas.
    • Não alongue as despedidas nem faça delas um drama. Evite transmitir-lhe a sua possível angústia. Caso contrário, apenas provocará mais dor. Normalmente, a criança deixa de chorar quando a mãe se vai embora.

    Uma questão de personalidade

    A reação da criança nos primeiros dias de escola depende fundamentalmente da sua personalidade. É inútil fazer prognósticos. "Não penso que a Maria tenha problemas, porque é muito sociável e muito alegre...", referia a mãe da Maria. No entanto, a Maria chorou todas as manhãs, desde setembro até fevereiro. "O André vai ter dificuldades, porque não é nada independente", dizia a respetiva mamã. Mas o André descobriu o maravilhoso mundo dos lápis e sentiu-se feliz desde o primeiro dia.

    Se o seu filho é dos que choram...

    • Diga-lhe o que vai fazer ao longo do dia e dê-lhe uma referência clara, para que ele saiba quando o vai buscar. Diga-lhe, por exemplo, "depois do almoço, lavas as mãos e eu chego em seguida".
    • Procure distrai-lo no caminho para a escola: cante-lhe, conte-lhe uma história, etc. Se a criança chorar, faça como se não estivesse a acontecer.
    • Não lhe minta: não lhe esconda que amanhã vai voltar à escola.
    • Se tiver algum brinquedo ou boneco de consolo, pergunte na escola se o deixam levá-lo. Talvez assim se sinta mais acompanhado.
    • Se tiver irmãos mais crescidos, talvez o deixem vê-los durante o recreio. Mas se for contraproducente, não o permita.
    • O primeiro dia em que a criança não chorar, festeje-o de forma exagerada: faça-lhe a sua sobremesa preferida, chame os avós para lhes contar o feito... Qualquer demonstração de alegria será agradecida.

    Possíveis regressões
    Não se alarme, se a criança voltar a fazer chichi na cama ou reclamar a chupeta outra vez. No entanto, evite que a entrada na escola coincida com mudanças bruscas na sua vida, como o desmame, a chegada de um irmão, a mudança de casa, etc. E lembre-se que é normal a criança mostrar variações no seu comportamento: agressividade, alterações do sono ou da alimentação, choros, etc. Quando estiver completamente integrada no seu novo meio, ultrapassá-lo-á.

    Está demonstrado que as crianças que vão mais cedo para a creche aprendem mais depressa a vestir-se e a despir-se sozinhas e tornam-se mais autónomas e disciplinadas

    A reação da criança nos primeiros dias de escola depende fundamentalmente da sua personalidade; é inútil fazer prognósticos.

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